Não são raras as situações em que os automóveis nos desobedecem. Quando assim acontece, costumamos dizer que eles ficam com muito mau feitio.
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Automóveis de tracção à frente - normalmente, os automóveis de tracção à frente têm tendência para "fugir de frente" (subviragem) quando se faz uma passagem em curva com excessiva velocidade. Nestas situações, basta retirar repentinamente o pé do acelerador ou auxiliar com uma pequena e suave travagem, de modo a que ele ganhe novamente direccionalidade e tracção para acabarmos de descrever a curva.
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Esta manobra faz rodar a frente do veÃculo para o interior da curva, dando-nos capacidade de a completar.
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Automóveis de tracção traseira - aqui, o processo é totalmente contrário. Normalmente, os automóveis de tracção traseira têm tendência para "fugir de traseira" (sobreviragem) quando se faz uma excessiva passagem em curva. Nestas situações, uma ligeira e progressiva aceleração acompanhada de uma também suave e ligeira contra-brecagem (viragem do volante no sentido contrário para onde o veÃculo está a fugir), resolve a maior parte das situações.
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Esta manobra faz rodar a frente do veÃculo para o interior da curva, dando-nos capacidade de a completar.
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Porque é que estas manobras resultam?
Porque, se reparar bem, quaisquer das manobras anteriores faz transferir o peso do veÃculo para a frente ou para trás. Senão vejamos:
O acto de desacelerar ou travar um veÃculo de tracção dianteira, faz com que o peso se transfira para a frente (eixo onde está a tracção), ganhando ainda mais tracção/aderência.
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O acto de acelerar um veÃculo de tracção traseira, faz com que o peso se transfira para a trás (eixo onde está a tracção), ganhando ainda mais tracção/aderência.
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Voltando à posição das mãos no volante...
Já reparou que, se não tiver as duas mãos bem posicionadas no volante durante a condução, jamais vai ser capaz de reagir a tempo para poder executar algumas manobras de correcção da trajectória...?
Em resumo ...
Tire lá a mão da caixa, que ela não cai ... tire o braço da janela e volte a agarrar o volante, senão ainda constipa os cotovelos ... tire o pé do pedal de embraiagem, porque não vai lá estar nenhum engraxador para lhe abrilhantar o sapato... não abane o volante a curvar, senão o eixo da frente ainda apanha um "torcicolo"... seja suave a travar e acelerar, porque concerteza que também não gosta que lhe agarrem na camisola quando vai a correr ou o empurrem com brusquidão quando lhe pedem para começar a andar - se não gosta que o tratem assim, também não faça isso ao seu carro que custou tanto dinheirinho a comprar...
Não leve a mal eu estar a meter-me (brincar) consigo, mas olhe que estou a falar a sério - isto é para o seu bem.
Uma ajuda dos céus...
Não obstante, hoje em dia, os sistemas electrónicos como o controlo de tracção ou o controlo de estabilidade (já explicados anteriormente), entre outros exemplos, substituem o condutor ao desempenharem, de um modo muito mais rápido e perfeito, parte das manobras referidas anteriormente.
Quanto maior ajuda electrónica à condução tiver o seu veÃculo, menores são os riscos de acidente também. Deixe lá aquele vizinho que diz que a electrónica pode falhar e depois ... blá, blá, blá. A electrónica até pode falhar, mas, enquanto funcionar, está a protegê-lo a si e aos que viajam consigo.
E depois, mesmo que a electrónica falhe, dificilmente o seu carro vai deixar de acelerar, travar ou seja lá o que for - porque os órgãos mecânicos continuam lá.